— Majestosa ave, eu te saúdo! Estou levando esta flor para fazer um chá, e assim salvar a vida do meu amado noivo.
O Condor sentiu-se enciumado por não ter alguém que lhe amasse tanto assim, este sentimento o consumiu rapidamente, transformando- se em ódio pela jovem apaixonada, e então lhe respondeu:
— Permitirei que leve a flor, mas terá que me entregar o teu coração em troca. Se ama tanto o seu noivo, não hesitará.
Amancay, tomada de revolta pelo pedido, mas com grande terror de perder Quintral, cedeu seu coração ao Condor. A grande ave arrancou seu coração com suas fortes garras, e empurrou seu corpo montanha abaixo. Em suas doces mãos, a jovem segurava a flor que salvaria a vida de seu amado.
Seu corpo, já sem vida, caiu na cachoeira e nunca mais foi encontrado. Quintral, sem o chá, sucumbiu à misteriosa doença. Toda a aldeia lamentou a morte do jovem casal apaixonado.
Mas, passados alguns meses, nasceram a beira da cachoeira lindas flores que ninguém conhecia: eram de longos e finos caules verdes, com pétalas de um amarelo vibrante e com pequenas manchas na cor vermelha.
O chefe da aldeia mapuche entendeu que era a flor misteriosa descrita pelo curandeiro, agora manchada pelo sangue de Amancay, que a trouxe para perto deles, para que ninguém mais sofresse com a ira do maldoso Condor.
A lenda de Amancay e Quintral a primeira vista é triste, mas nos mostra que o verdadeiro amor é capaz de grandes sacrifícios, e que mesmo na morte, consegue trazer esperança aos que são alcançados por ele.